Villa Romana do Montinho das Laranjeiras

Villa - Romano e Medieval Islâmico (1219)
O sítio arqueológico Montinho das Laranjeiras localiza-se numa plataforma pouco elevada na margem direita do rio Guadiana, a cerca de 10 km a sul de Alcoutim. Este sítio foi identificado e inicialmente estudado por Estácio da Veiga em 1877, na sequência das grandes cheias do Guadiana no ano anterior. Os diversos trabalhos arqueológicos realizados, com maior destaque a partir de 1990, permitiram identificar estruturas e materiais enquadrados em três fases de ocupação distintas, cronologicamente balizadas entre o século I a. C (período Romano) e os séculos XII - XIII d. C (período Medieval Islâmico). O edifício de época romana identificado no sítio situa-se na área mais sudeste do espaço intervencionado, sendo constituído por seis compartimentos associados a funções de transformação e armazenamento de produtos agrícolas, correspondendo assim à pars fructuaria de uma villa rural romana. Entre os finais do século VI / inícios do século VII d. C. (Antiguidade Tardia / Época Visigótica) edificou-se uma igreja cristã de influência bizantina, que parece sobrepor um edifício anterior. Esta igreja tem uma planta cruciforme de braços assimétricos, com paredes de xisto, argamassadas com cal e o piso coberto por mosaicos. A sala do baptistério, localizava-se a noroeste, correspondendo a uma pequena piscina de morfologia rectangular, com degraus laterais, revestida por mosaicos. No decorrer do século VII, está igreja terá sofrido várias alterações arquitectónicas e mudanças na utilização do espaço, tendo-se documentado a abertura de várias sepulturas no interior e exterior do edifício. De época medieval islâmica são visíveis vestígios de habitações domésticas de planta rectangular, com diversos compartimentos dispostos em torno de um pátio central, na área noroeste do espaço intervencionado. Estas estruturas terão sido ocupadas até ao século XII (período almoáda), tendo sido abandonadas após a Reconquista Cristã. As características destas casas, bem como a identificação de um conjunto de sepulturas orientadas a Meca evidenciam a islamização do Montinho das Laranjeiras, colocando a hipótese da transformação da igreja visigótica em pequena mesquita rural, à semelhança do que se documenta noutros espaços meridionais da Península Ibérica. (actualizado por C. Costeira, 10/04/18).

Informação

O sítio arqueológico encontra-se vedado, mas têm condições de visita. Presença de paineis explicativos no local e folheto explicativo em formato digital. Para marcações contactar a Câmara Municipal de Alcoutim. Sítio arqueológico na Rota da Dieta Mediterrânica

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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