Castelo de Alferce / Cerro do Castelo de Alferce / Castelo da Pedra Branca

Povoado Fortificado - Idade do Bronze, Romano, Baixo Império e Medieval Islâmico (1283)
O sítio arqueológico do Cerro do Castelo de Alferce localiza-se no topo de uma elevação no limite oriental da serra de Monchique, com 488 m de altitude máxima, apresentando boas condições naturais de defesa e uma ampla visibilidade sobre os territórios envolventes. Esta implantação dotava-o de um importante papel no controlo das principais vias de comunicação entre o interior serrano e o litoral. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local permitiram identificar uma longa sequência de ocupação, em que a mais antiga detetada até ao momento se enquadra na Idade do Bronze (2º milénio a. C.) e a mais recente no período medieval islâmico (século VIII - X). A ocupação da Idade do Bronze neste cerro é ainda pouco conhecida, uma vez que os vestígios identificados em prospeção se resumem a fragmentos de recipientes cerâmicos produzidos manualmente (vasos globulares e taças carenadas) e a alguns líticos. A muralha que delimita toda a elevação (aproximadamente 9,5 hectares, área definida após os incêndios de 2018 por Fábio Capela), adaptando-se à topografia do terreno, com orientação norte - sul e espessura com cerca de 2,90 m, pode ter sido construída na Idade do Bronze. Os vestígios arqueológicos enquadrados na Antiguidade Tardia / Época Visigótica (século V - VIII d. C.) identificados no âmbito da escavação realizada em 2004 junto à muralha oeste da fortificação que coroa o cerro são escassos, mas permitem documentar a reocupação de sítios elevados e com boas condições de defensabilidade neste período cronológico. A ocupação medieval islâmica (século VIII - X) do Cerro do Castelo de Alferce é a que se encontra melhor preservada, correspondendo a um povoado fortificado com guarnição militar (hisn), com três recintos amuralhados. O fortim superior (provável alcácer) apresenta uma planta sub-quadrangular, com muralhas pétreas com cerca de 2,20 m de espessura e, pelo menos, duas torres nos cantos nordeste e noroeste, delimitando uma área de cerca de 1400 m2. No interior deste recinto identificou-se uma cisterna. O segundo recinto fortificado, em estudo, delimita uma provável área habitacional implantada a norte do alcácer (os dois recintos fortificados aparentam estar articulados). O terceiro recinto amuralhado, como já foi referido, poderá ter origem pré/proto-histórica, contudo é certo que foi utilizado em época islâmica (prova disso é a presença de alguns segmentos de muralha que utilizam um aparelho em opus spicatum, também existentes no fortim superior). O Castelo de Alferce apresenta características arquitetónicas e estratégias de implantação semelhantes a outros sítios do Gharb al- Andalus, como o Castelo Velho de Alcoutim, o Castelo das Relíquias ou Mesas do Castelinho, edificados em época Emiral (século IX). Este sítio terá sido abandonado provavelmente no início do século X. (actualizado por C. Costeira, 15/02/2019)

Informação

Este sítio arqueológico está integrado na Rota Omíada - Algarve.

Condições da visita

Acesso livre

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Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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