Anta do Monte Abraão

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico (655)
A Anta do Monte Abraão, também designada Pedra do Monte Abraão ou Alto do Monte Abraão, faz parte do conjunto megalítico das Antas de Belas, localizando-se no topo de uma plataforma calcária, a cerca de 213 m de altitude. Com a posição mais elevada do conjunto, estabelece contacto visual com a Anta da Pedra dos Mouros (CNS 11301), situada a cerca de 800 m a Sul e localiza-se a cerca de 300 m a Noroeste da Anta da Estria (CNS 3001). Este monumento megalítico, com orientação oeste - este, apresenta câmara poligonal (com 2,8 m por 4 m), constituída por sete esteios de calcário, seis dos quais conservados in situ e corredor com átrio, com cerca de 8 m de comprimento. Alguns dos esteios da câmara têm representações de fósseis na face interna, que podem ter um significado estético ou mágico-religioso O espólio recolhido nesta anta é composto por ossos humanos muito fragmentados, artefactos de pedra lascada em quartzo hialino e sílex (lamelas, lâminas, lascas retocadas, núcleos, alabarda, punhal e 77 pontas de seta), um machado em anfibolito, pequeno machado em fibrolite, machado ou enxó em xisto, artefactos votivos em calcário, artefactos em osso (ídolo almeriense, furador, bracelete, alfinete de cabelo, caixa cilíndrica com incisões e botões), placa de xisto gravada, 175 contas de colar e 4 pendentes de várias tipologias e matérias-primas e um conjunto de recipientes em cerâmica, alguns dos quais completos (5 taças lisas, uma taça canelada, dois vasos carenados e diversos fragmentos, um dos quais com decoração campaniforme). As características arquitectónicas desta anta, os materiais recolhidos e as datações absolutas realizadas (Boaventura, 2009) permitem enquadrar a sua construção e primeira utilização no final 4º milénio a. C / primeira metade do 3º milénio a. C., com reocupações no final do 3º milénio a. C. / inícios do 2º milénio a.C. A Anta do Monte Abraão foi identificada e escavada por Carlos Ribeiro no final do século XIX (1875 - 1878), sendo referida e publicada nos trabalhos de diversos autores, nomeadamente V. Leisner. Nas décadas de oitenta do século XX, este monumento foi alvo de várias intervenções de valorização, da responsabilidade de Teresa Marques e Carlos Ferreira. No início do século XXI, esta anta foi intervencionada por João Albergaria e o seu espólio foi estudo e publicado por Rui Boaventura (2009). (atualizado por C. Costeira e F. Bragança, 09/05/2019)

Informação

O monumento faz parte do núcleo das Antas de Belas.

Condições da visita

Acesso livre

Horários

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

    2 Votaram neste sítio