Anta da Estria

Anta/Dólmen - Neolítico Final e Calcolítico - Pleno (3001)
A Anta da Estria, também designada como Cava da Estria, Estearia, Esteria ou Istria, faz parte do conjunto megalítico das Antas de Belas, localizando-se numa plataforma calcária, a cerca de 200 m de altitude. No entanto, a sua posição semienterrada na paisagem, não permite o contacto visual com a Anta da Pedra dos Mouros (CNS 11301) nem com a Anta do Monte Abraão (CNS 655). Este monumento megalítico apresenta câmara poligonal, constituída por oito esteios de calcário cinzento, alguns dos quais com representações de fósseis na face interna, que podem ter um significado estético ou mágico-religioso e corredor formado por lajes de calcário de pequena e média dimensão. Esta anta está orientada a poente, não se tendo identificado vestígios da cobertura. O espólio recolhido nesta anta é composto por ossos humanos muito fragmentados, artefactos de pedra lascada em quartzo hialino e sílex (sete lâminas retocadas, doze pontas de seta, um possível punhal e uma alabarda), uma enxó, um ídolo betilóide, fragmento de lúnula, uma placa encurvada, artefactos em osso e quatro recipientes cerâmicos, um dos quais com bordo espessado e decoração brunida. As características arquitectónicas desta anta, os materiais recolhidos e as datações absolutas realizadas (Boaventura, 2009) permitem enquadrar a sua construção e primeira utilização na transição 4º milénio a. C para o 3º milénio a. C., correspondendo ao monumento mais recente do núcleo das Antas de Belas. A Anta da Estria foi identificada e escavada por Carlos Ribeiro no final do século XIX (1875 - 1878), sendo referida e publicada nos trabalhos de diversos autores, nomeadamente V. Leisner. Nas décadas de oitenta e noventa do século XX, este monumento foi alvo de várias intervenções de valorização, da responsabilidade de Teresa Marques e Carlos Ferreira e Ana Carvalho Dias. No início do século XXI este monumento e o seu espólio foi estudo e publicado por Rui Boaventura (2009). (atualizado por C. Costeira e F. Bragança, 08/5/2019).

Informação

O monumento faz parte do núcleo das Antas de Belas.

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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