Penedo do Com

Anta/Dólmen - Neolítico Final (Último quartel do IVº milénio a.C.) e Calcolítico - Final (2ª fase de ocupação - Calcolítico final) (77)
A Anta ou Arca do Penedo do Com localiza-se no lugar do "Pontão", freguesia de Esmolfe, (Penalva do castelo, Viseu). Encontra-se implantada numa zona granítica, mais concretamente num vale, alimentado pelas ribeiras de Sezures e do Oronho, com 502m de altitude média. A paisagem encontra-se profundamente antropizada, alternando áreas de pinheiro bravo com pequenas parcelas de terras agrícolas. Na paisagem circundante destaca-se a presença de afloramentos graníticos. Um desses penedos, ao qual a população local atribuiu o nome de "Penedo do Com" foi destruído para fins industriais. Ainda nas proximidades, num abrigo sob a rocha "Abrigo do Penedo do Com" (CNS 15446) foi constatada a existência de cerâmica pré-histórica. As primeiras notícias relativas a este sítio reportam-se a 1916, quando Leite de Vasconcelos reproduz uma notícia publicada no jornal "O Século", em 1911, referindo alguns achados de materiais arqueológicos provenientes da Arca do Penedo do Com. Em 1956, é referenciado por G. e Vera Leisner como um dólmen de corredor com camara poligonal larga, e incluído por Irisalva Moita no seu inventário dos monumentos megalíticos datado de 1966. Classificada como imóvel de interesse público desde 1992, encontrava-se em estado de ruina e abandono, tendo sido alvo de trabalhos de escavação e restauro, intervenção a cargo da empresa Arqueohoje, em 1997/98. Devido a diversos problemas (como o inicio de laboração de uma pedreira nas proximidades) o monumento foi alvo de nova intervenção de conservação e estabilização em 2013. O monumento encontrava-se muito destruído, com lajes deslocadas, e algumas dispersas na área envolvente. A Anta do Penedo do Com é um dólmen de tipo "clássico", com câmara poligonal alargada, com nove esteios, orientado a SE. O esteio de cabeceira encontra-se ladeado por dois esteios, mais estreitos, adossados à laje de cabeceira, uma solução arquitectónica com alguns paralelos na região. O corredor, de dimensões médias, com quatro esteios de cada lado, adossados uns aos outros, encontra-se bem diferenciado da câmara. Os trabalhos de 1997/98 revelaram a existência de um contraforte, o qual rodeava toda a construção, terminando junto dos primeiros esteios do corredor, prolongando-se para SE em cerca de 2,80m, e que definia um novo espaço aberto (átrio), de planta semicircular, tendencialmente ovalada. Este átrio era delimitado por uma estrutura semicircular, localizada a SE, com uma abertura central, de acesso ao interior do sepulcro, centrada em relação ao eixo longitudinal do mesmo. O tumulus encontrava-se em avançado estado de degradação. Com cerca de 15m por 13m, apresenta uma forma tendencialmente subcircular, com cerca de 1,20m de espessura máxima conservada junto dos esteios laterais da câmara. O monumento foi encerrado, e as estruturas anuladas com terra e algum cascalho à mistura. Deste período de utilização foram exumados artefactos tipicamente neolíticos, como micrólitos, lâminas em sílex, lamelas em quartzo hialino e sílex e contas de colar em xisto e variscite. Os testemunhos preservados e as datações de radiocarbono disponíveis para a região, apontam para um primeiro período de utilização no último quartel do IV° milénio a.C. A presença de vasos campaniformes e troncocónicos permitem concluir que o monumento terá sofrido uma reutilização, finais do Calcolítico ou nos inícios da Idade do Bronze. [atualizado por I. Inácio, 4/03/19]

Informação

O sítio está preparado para receber visitas. Presença de paineis explicativos no local.

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Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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