Porto das Lajes

Povoado - Idade do Ferro (4077)
O povoado do Porto das Lajes integra-se no Circuito Arqueológico da Cola, constituído por diversos monumentos megalíticos (Fernão Vaz 1 CNS 10731; Fernão Vaz 2 CNS 10730, Nova Velha 1 CNS 3894), povoado calcolítico do Cortadouro (CNS 1652), necrópoles da Idade do Bronze e do Ferro (Nora velha 2 CNS 7593, Alcaria 1 e 2, CNS 1075; CNS 11547, Atalaia CNS 1635, Vaga Cascalheira CNS 16488, Casarão CNS 10729, Pego Sobreiro CNS 1018) e os povoados da Idade do Ferro de Fernão Vaz CNS 3153 e do Castro da Cola (CNS 158), também com ocupações medievais. Este sítio localiza-se no topo de uma elevação sobranceiro ao rio Mira, a cerca de 172 m de altitude, num local estratégico e com boas condições naturais de defesa. Os primeiros trabalhos arqueológicos foram realizados na década de oitenta do século XX, sendo dirigidos por Caetano de Mello Beirão e Virgílio Hipólito Correia. As intervenções mais recentes neste sítio estão relacionadas com a sua valorização e integração no Circuito arqueológico da Cola. Estes trabalhos permitiram identificar vestígios de uma pequena instalação habitacional e agrícola, organizada em dois blocos, com estruturas frustes, construídas por muros em pedra seca e taipa. A estrutura localizada a norte apresentava uma planta retangular e lareira interior. A noroeste identificou-se um espaço trapezoidal irregular (possivelmente uma área de armazenagem) e uma estrutura circular de funcionalidade desconhecida. Em termos artefactuais, recolheu-se uma mó manual e um conjunto expressivo de fragmentos de recipientes cerâmicos produzidos manualmente e a torno (alguns dos quais com engobes) de proveniência local. As características arquitetónicas e artefatuais desta instalação permitem enquadrá-la cronologicamente na Idade do Ferro (séculos VI - V a. C.), eventualmente contemporâneo do povoado de Fernão Vaz. No sopé do cerro de Porto das Lajes, de acordo com referência antiga, é possível que se encontre uma necrópole sidérica de incineração. Esta hipótese ainda não foi arqueologicamente confirmada. (atualizado por C. Costeira, 11/01/19)

Informação

O sítio tem condições de visita, estando integrado no Circuito Arqueológico da Cola, com informações disponíveis no Centro de Acolhimento do Castro da Cola e Posto de Turismo de Ourique.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Centro de Acolhimento do Castro da Cola: 01 de Maio a 15 de Setembro - 09h30 - 12h30 | 15h00 - 18h30. 16 de Setembro a 30 de Abril - 09h30 - 12h30 | 14h00 - 17h30. Encerra às terças e quartas-feiras de manhã, dia 01 de Janeiro, Domingo de Páscoa e dia 25 de Dezembro.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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