Povoado do Escoural

Povoado Fortificado - Neolítico Final e Calcolítico (2128)
O povoado do Escoural integra-se no conjunto arqueológico do Escoural, localizando-se no topo de um cerro destacado na paisagem, a cerca de 371 m de altitude, sobre a gruta do Escoural (CNS 160) e de vários blocos de calcário gravados com diversos motivos decorativos (CNS 16049), a cerca de 2 km da povoação de Santiago do Escoural. Num espaço com uma longa diacronia de ocupação (Paleolítico Médio ao Calcolítico Final), com diferentes funcionalidades, mas com um forte pendor simbólico. De facto, terá sido esta diversidade de ocupações e a identificação cronologicamente desfasada das várias áreas (gruta, santuário, povoado) que contribuiu para a sua inventariação separada. A algumas centenas de metros do Escoural importa também referir a presença de um monumento funerário tipo tholos (625), contemporâneo do povoado. No topo desta elevação, os trabalhos de prospeção e escavação desenvolvidos por Mário Varela Gomes e Rosa Varela Gomes nas décadas de 80 e 90 do século XX, permitiram identificar níveis de ocupação e estruturas pétreas de fortificação (muralhas e um torreão circular de grandes dimensões), de cronologia calcolítica (3º milénio a. C.), que sobrepunham e aproveitavam muitas das rochas decoradas. Os materiais arqueológicos recolhidos são diversificados, correspondendo maioritariamente a fragmentos de recipientes cerâmicos (com destaque para os pratos de bordo espessado e almendrado, vestígios de decoração campaniforme), alguns componentes de tear de tipo placa e crescente, fragmentos de colheres e queijeiras, pontas de seta, fragmentos de ídolos cilíndricos, vestígios de atividade metalúrgica (cadinhos, pingos de fundição, nódulos de minério), fragmentos de barros cozido e vestígios de fauna mamalógica. As estruturas e materiais calcolíticos do Escoural parecem remeter para contextos de cariz doméstico, contudo a localização e as características de ocupação anteriores (necrópole e manifestações artísticas do Neolítico final) poderiam atribuir-lhe um importante papel simbólico na estruturação do povoamento deste território. A partir do verão de 2017 têm-se desenvolvido novos trabalhos arqueológicos neste sítio arqueológico dirigidos por Rui Mataloto e Ana Vale, procurando a sua valorização e um maior aproveitamento turístico / patrimonial. (atualizado por C. Costeira, 07/11/18).

Informação

O centro Interpretativo da Gruta do Escoural localiza-se em Santiago do Escoural e tem uma pequena exposição arqueológioca de introdução à visita. As visitas implicam marcação prévia no Centro Interpretativo do Escoural, preferencialmente com uma antecedência igual ou superior a 24 horas. As visitas de grupo não podem exceder o número máximo de 10 pessoas. Aquisição de bilhete no local.

Condições da visita

Por marcação

Horários

Centro Interpretativo - Verão: 09:30 - 13:00 / 14:30 - 20:00. Inverno: 09:00 - 13:00 / 14:00 - 7:00. Visitas ao interior da gruta: de terça-feira a sábado, exceto aos feriados. Visita da manhã às 10:30. / Visita da tarde às 14:30.

Contactos

Documentos

Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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