Cromeleque dos Almendres

Cromeleque - Neo-Calcolítico (624)
O cromeleque dos Almendres encontra-se implantado no topo de uma encosta suave, com 413 m de altitude, voltada a nascente, a cerca de 12 km a poente da cidade de Évora, numa paisagem com uma expressiva presença de monumentos megalíticos. Este recinto apresenta uma planta complexa, resultado de várias fases de construção e reformulação. Inicialmente teria uma planta em forma de ferradura, aberta a nascente, com cerca de 29 menires agrupados em três núcleos circulares, com diâmetros entre os 18,8 m e os 11,40 m. Numa fase posterior construiu-se um segundo recinto formados por dois núcleos de menires de grandes dimensões, que parecem desenhar elipses irregulares. Os 95 menires que constituem este monumento foram talhados em diferentes tipos de quartzodioritos, apresentam morfologias muito variadas (subparalelepipédicas, cilíndricas, ovoides ou estelares) e comprimentos que oscilam entre os 1,30 m e os 3,0 m, com predomínio para os elementos de pequena e média dimensão. Um conjunto de cerca de 10 menires foram decorados com diferentes motivos, nomeadamente covinhas, báculos, formas geométricas circulares, retangulares e trapezoidais, linhas ondulantes, serpentiformes e representações antropomórficas, em alguns casos com indicação explícita do género. O cromeleque dos Almendres foi identificado por Henrique Leonor Pina em 1964 e escavado por Mário Varela Gomes nas décadas de oitenta e noventa do século XX, que restaurou e reergueu vários dos monólitos tombados. Estes trabalhos arqueológicos permitiram recolher um espólio muito escasso e fragmentado, constituído por elementos de mós, um machado de pedra polida e fragmentos de recipientes cerâmicos de pequena dimensão e muito rolados. A complexidade arquitetónica do recinto, as decorações dos menires e os materiais arqueológicos recolhidos, colocam a hipótese das primeiras fases de construção se enquadrarem no Neolítico antigo e médio, com profundas remodelações no Neolítico final e eventuais reutilizações ao longo do Calcolítico (actualizado por C. Costeira, 12/09/2018).

Informação

O Cromeleque dos Almendres está associado ao Centro Interpretativo dos Almendres - Arqueologia e Natureza, localizado na aldeia de Guadalupe. Acesso gratuito. Este monumento megalítico está integrado nas rotas Évora, capital do megalitismo Ibérico; Évora Imperdível; Évora Megalítica e Évora Rural Tour.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Centro Interpretativo: Verão - 1 de Maio a 30 de Outubro 10.00 - 19.00 Inverno - 1 Novembro a 31 de Abril 10.00 -17.00
Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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