Castelo de Aljezur

Castelo - Idade do Bronze, Idade do Ferro, Romano, Medieval Islâmico e Medieval Cristão (5412)
O Castelo de Aljezur localiza-se no topo de um cabeço isolado, a cerca de 88 m de altitude, sobranceiro à vila de Aljezur. Esta posição proeminente dotava-o de um bom domínio visual sobre a planície da ribeira de Aljezur, navegável até ao século XVI, permitindo-lhe assumir um papel de destaque nas vias de circulação entre o Alentejo litoral e o Barlavento algarvio. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local, desde os anos noventa do século XX, permitiram identificar um conjunto diversificado de materiais integrados em ocupações da Idade do Bronze, Idade do Ferro e do período Romano Republicano, bem como estruturas fortificadas e habitacionais, cronologicamente enquadradas entre os séculos XII e XIII (período Medieval Islâmico - Almóada). O castelo de Aljezur apresenta uma planta poligonal irregular, bem adaptado à topografia da elevação onde se implanta, com muralhas retilíneas, com 3 a 5 m de altura e 1,5 m de espessura, reforçadas por duas torres maciças localizadas em extremos opostos do recinto e vestígios de uma barbacã a Noroeste. A Norte, ergue-se uma torre de morfologia circular, com cerca de 5 m de diâmetro e 9 m de altura, que protegia a única entrada do castelo, localizada a Nordeste. A torre Sul apresentava uma planta quadrangular, igualmente com 9 m de altura. Este castelo, integrado na tradição construtiva almóada, enquadra-se no sistema defensivo do território de Silves. Em meados do século XIII, no reinado de D. Afonso III, o castelo de Aljezur é conquistado pelas tropas da Ordem de Santiago, comandadas por D. Paio Peres Correia, documentando-se arqueologicamente várias transformações nas estruturas do interior do castelo. Com efeito, ao longo da muralha identificam-se diversos compartimentos de planta retangular e trapezoidal, que poderiam estar associados a funções militares. O abandono do castelo de Aljezur terá ocorrido entre os finais do século XV, inícios do século XVI (época Moderna), ao perder a sua importância estratégica em termos territoriais, devido ao assoreamento da ribeira de Aljezur e consequente redução da sua navegabilidade. (actualizado por C. Costeira, 04/05/18).

Informação

O castelo tem condições de visita, dispõe de painéis informativos no local e está integrado na Rota de al-Mutamid.

Condições da visita

Acesso livre

Horários

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

    3 Votaram neste sítio