Porto - Arca D' Água de Mijavelhas

Well - Modern Age, Contemporary Period e Late Middle Ages (14321)
O sítio arqueológico da Arca D'Água de Mijavelhas corresponde a um complexo de aproveitamento hídrico, marcado por vários momentos de construção e está localizado no interior da Estação de Metro do Campo 24 de Agosto, na cidade do Porto. Situa-se na zona Mijavelhas, antiga designação utilizada pelo menos desde o século XIV (referência em Carta Régia de D. João I, no ano de 1385), associada à presença de um curso de água existente no local, que corria em direcção a sul, e desaguava no rio Douro. Outras referências à zona de Mijavelhas surgem nos livros de Vereações do Porto (entre 1385 e 1395), e no século XV (1443), na "Crónica d' El Rei D. João I", escrita por Fernão Lopes. No século XVI (1548 e entre 1629-1633) surgem as primeiras referências concretas ao aproveitamento hídrico do local, que continuam ao longo do século XVIII e XIX, relatando construções e remodelações tendo em vista o melhoramento do abastecimento da cidade. Este sítio arqueológico foi identificado e escavado no decorrer das obras de construção do Metro do Porto (1999-2004), tendo sido publicado por alguns autores, entre os quais I. Botelho e F. Gomes (2017) e M. P. Teixeira (2013). A análise da documentação histórica e dos dados arqueológicos permitiram identificar quatro grandes momentos de construção, balizados entre os séculos XIV e XIX: No período medieval (primeiro momento), século XIV, dá-se a construção, junto ao ribeiro de Mijavelhas, de uma fonte de mergulho composta por dois tanques - o chafariz de Mijavelhas, como a designa Fernão Lopes - e que servia para aproveitamento da nascente existente nas proximidades. Durante as escavações apenas foram identificadas alguns vestígios desta construção, nomeadamente marcas de fundações e alguns lajeados. No período moderno (segundo momento), século XVI, dá-se início à construção, sobre a antiga fonte, da Arca D'Água, com o objetivo de melhorar o abastecimento local, bem como a capacidade de armazenamento. Este edifício, de planta quadrangular, media aproximadamente 3,64m de largura e de altura, ostentava duas bicas de abastecimento (com pio na zona da base), bem como um espelho de água com fundo lajeado em granito e uma divisão em duas secções. Na parede lateral voltada a Norte, encontram-se inscritas as armas reais. A par destas alterações, foi também efetuada a pavimentação da envolvente. No século XVIII (terceiro momento) dá-se a ligação à cidade através da alimentação da fonte da rua Chã e da adução de novos mananciais, melhorando o abastecimento de várias zonas do Porto. É igualmente nesta fase que se dá a transformação da arca em poço, em consequência do assoreamento da zona (possivelmente com origem na construção da Ponte das Patas, em 1700, situada a jusante), passando o acesso a fazer-se a partir da cobertura. No século XIX (quarto momento), mais precisamente em 1819, procede-se à ampliação da construção, que passou a assumir a forma de reservatório arcado, de modo a melhorar a capacidade de armazenamento. Em 1850, durante a grande urbanização da cidade do Porto, a zona foi aterrada. A intervenção arqueológica realizada permitiu identificar espólio variado, nomeadamente produções de Ovar-Aveiro e do Prado, faianças de produção nacional do século XVII, cerâmica italiana, porcelana chinesa, matéria orgânica, objetos de adorno e componentes de calçado. O sítio foi musealizado e o alvo de reconstituição, da autoria do Arquiteto Souto de Moura, podendo ser visitado na Estação de Metro do Campo 24 de Agosto. (Actualizado por S. Pereira 08.11.2019)

Overview

Gratuito. O sítio está musealizado no interior da Estação do Metro do Campo 24 de Agosto. Apresenta painéis explicativos.

Visit conditions

Free entrance with information

Timetables

Livre. Acesso condicionado ao horário de funcionamento da Estação de Metro.

Contacts

Documents

    Map

    Cannot locate the selected site on the map.

    How to get there? Best practices

    Best practices

    Good practices when visiting archaeological sites

    To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

    Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

    More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

    Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

    As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

    • Respect all signs; 
    • Do not try to access fenced areas; 
    • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
    • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
    • Do not collect materials or sediments;
    • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
    • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
    • Leave the archaeological site as you found it; 
    • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
    • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
    • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
    • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
    • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

    Further information:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    DGPC contacts

    Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     


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