Muralhas e Torreões de Lagos

Fortificação - Medieval Cristão e Moderno (1973)
A cidade de Lagos está implantada numa baía na foz da ribeira de Bensafrim, na costa do Oceano Atlântico. Esta localização litoral, com grande acessibilidade, exigiu a construção de um extenso perímetro fortificado com diversas fases de reformulação e manutenção. A muralha medieval de Lagos, com diversos troços conservados, terá sido construída no século XIII (reinado de D. Dinis) e delimitava um recinto de morfologia quadrangular, com paramentos com cerca de 10 m de altura e dois metros de espessura, percorridos por adarve e com ameias no topo. Esta muralha teria cinco portas, a que se localizava a este (porta do Mar ou Ribeira / São Gonçalo) era protegida por duas torres albarrãs de planta quadrangular e um fosso na área poente. A cidade medieval desenvolvia-se no interior da cerca, em torno da igreja Matriz, respeitando um traçado ortogonal. No século XIV e XV, a cidade de Lagos registou um grande desenvolvimento económico, associada a atividades de pesca (baleia / atum), exploração de salinas, comércio marítimo com o Norte de África, o que impulsionou o crescimento do núcleo urbano extramuros. No reinado de D. Manuel a cerca medieval de Lagos foi renovada e reforçada com a construção de uma nova muralha abaluartada, que pretendia incluir todas as áreas urbanas. A cerca renascentista apresenta uma planta pentagonal irregular, com 12 baluartes de morfologia quadrangular - pentagonal com orelhões e rampas de acesso (dos quais nove se encontram conservados), ligados por altas cortinas de muralha e quatro portas (Porta do Cais Velho / Cais Alfândega, Porta de São Gonçalo, Porta de São Roque e Porta da Vila / Torres de Santa Maria). Esta estrutura amuralhada foi alvo de várias renovações nos reinados filipinos, bem como no âmbito da Restauração da Independência de Portugal (reinado de D. João IV). A cidade de Lagos e as suas estruturas de fortificação, tal como outros núcleos urbanos algarvios, foram muito afetados por vários sismos que ocorreram no século XVIII, com especial destaque para o de 1755, o que terá motivado as reconstruções realizadas nas primeiras décadas do século XIX. (atualizado por C. Costeira, 31/05/2018).

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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