Castelo da Feira

Castelo - Romano, Idade Média, Moderno e Contemporâneo (6371)
O Castelo da Feira implanta-se num morro sobranceiro à cidade de Santa Maria da Feira. O local tem uma ocupação que remonta à época romana, atestada pela presença de duas aras romanas, identificadas em 1912 e 1917, e de uma terceira ara, identificada em 1936 aquando de um restauro do torreão nascente da Torre. Na primeira fase da Reconquista, no séc. X, foi edificada uma estrutura defensiva que se circunscrevia a um pequeno recinto fortificado moçárabe, de planta quadrangular, sobre a qual, mais tarde, viria a ser edificada a atual Torre de Menagem. A civitas de Santa Maria assumia uma posição defensiva na fronteira terrestre face às tropas muçulmanas e como dista poucos quilómetros da linha de costa, defendia a fronteira marítima dos ataques normandos. Deste castelo primitivo são ainda observáveis as pedras almofadadas nos paramentos da torre de menagem e a estrutura da sua porta principal, em arco ultrapassado de tipologia moçárabe. A concessão deste espaço à família Pereira, já no século XV, marcou o início de uma fase de intensa adaptação do castelo. Por um lado a Torre-Alcáçova é adaptada a espaço residencial, dotando-a de 3 pisos, sendo os 2 superiores reservados a área de habitação. Por outro lado é implementado um novo sistema defensivo marcado pela construção da barbacã da porta e da cerca-avançada que terá suprimido o antigo fosso. Com esta remodelação o Castelo da Feira configura "um dos melhores exemplos de estrutura habitacional tardo-medieval, e uma construção que testemunha a passagem da utilização das armas de arremesso para as de fogo." (TEIXEIRA, 2004). Já no século XVII é edificado na Praça de Armas o novo "Paço dos Condes" e celeiros. Na área extramuros foi erigida uma capela dedicada à Nossa Senhora da Encarnação. Estas edificações localizadas na Praça de Armas foram, na sua maioria, destruídas aquando das campanhas de restauro das décadas de 20 e 30 do século XX. Com a morte do último conde da Feira, em 1700, o castelo foi incorporado na Casa do Infantado, iniciando-se um longo período de degradação do monumento, acelerado por um incêndio ocorrido em 1722. Só a partir de 1877 é que se iniciam trabalhos de restauro e conservação deste imóvel que se estenderam por todo o séc. XX. Os trabalhos arqueológicos realizados em 2000 foram da responsabilidade de Gustavo Portocarrero, tendo sido realizadas sondagens que permitiram aferir a evolução construtiva do forte e o potencial arqueológico no interior da Torre. Entre 2002 e 2003 o espaço foi intervencionado por Ricardo Teixeira e Victor Fonseca no âmbito do projeto de valorização do Castelo de Santa Maria da Feira. A escavação da alcáçova, na área de implantação da cisterna, permitiu definir a sua estrutura construtiva; as sondagens realizadas no primeiro patamar da tenalha comprovaram a sua construção no séc. XV. As escavações realizadas no lado Norte, do exterior do castelo, permitiram identificar uma área de fosso, elemento defensivo que se reveste de alguma raridade no contexto nacional e cuja existência se desconhecia até esta intervenção. O fosso terá desaparecido com a construção da Cerca-avançada no séc. XV. Esta intervenção permitiu ainda confirmar a existência de uma ocupação anterior à do castelo medieval, de época romana e castreja. Foi ainda realizado um minucioso levantamento do pavimento e alçados internos da cisterna, incluindo os decalques das siglas identificadas. O espólio exumado nesta intervenção foi bastante avultado, com bastantes peças cerâmicas e de metal, destacando-se as peças numismáticas. (atualizado por F. Bragança)

Informação

As visitas ao Castelo e Capela fazem-se mediante o pagamento de um bilhete de entrada no valor de: Adulto: 3,00 ¿ Família (casal c/ mínimo de 2 filhos entre os 6 e os 15 anos): 2,00 ¿ (cada adulto); 1,00 (cada filho) Pensionistas / Reformados / Cartão Jovem / Grupos (c/ marcação): 1,50 ¿ Crianças dos 6 aos 15 anos: 1,00 ¿ Crianças até aos 5 anos: entrada gratuita Escolas (c/ marcação): Ensino Básico e Secundário: 1,00 ¿ Ensino Pré-escolar: entrada gratuita Professores (em visita de estudo): entrada gratuita

Condições da visita

Entrada com aquisição de bilhete

Horários

Abril a Setembro: 10h00 - 12h30 " 13h30 - 18h30 Outubro a Março: 09h00 -12h30 " 13h30 - 17h30 Encerra às segundas-feiras.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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