Estação Romana da Quinta da Abicada

Villa - Romano (72)
O sítio arqueológico da Abicada localiza-se a meia encosta de uma pequena elevação, no extremo de uma península na confluência das ribeiras do Farelo e da Senhora do Verde, integrada na Ria de Alvor, a 3200 m do mar. O território de implantação desta villa permitia combinar o desenvolvimento da atividade agrícola com a exploração de recursos marinhos e fluviais. Este sítio arqueológico foi identificado por José Leite de Vasconcellos (1917) e extensamente escavado por José Formosinho na década de 30 do século XX. Nas décadas mais recentes realizaram-se intervenções de salvaguarda para proteger o sítio e as suas estruturas. Os diversos trabalhos arqueológicos realizados permitiram identificar vestígios estruturais e artefactuais de uma imponente villa romana (com cerca de 1000 a 1300 m 2 de área), com uma sequência de ocupação entre o século I e o IV d. C. A área residencial (pars urbana) da villa da Abicada é constituída por três edifícios de planta geométrica, que comunicam entre si por uma galeria em pórtico, sustentada por colunas, voltada ao mar. O edifício a oeste (com cerca de 250 m2) apresenta uma sala central de planta quadrangular rodeada por colunas, com quatro compartimentos de morfologia quadrangular e dois pátios retangulares. O edifício central (com cerca de 390 m2) organiza-se em torno de um pequeno pátio de morfologia hexagonal, com tanque de repuxo ao centro (impluvium), rodeado por um pórtico, com seis salas ordenadas simetricamente. Esta estruturação arquitetónica apresenta semelhanças com a identificada na villa romana do Rabaçal (Coimbra). Os pavimentos destes dois núcleos eram revestidos a mosaicos, com composições vegetalistas e geométricas (estrelas, losangos, ramagens, entre outras), a preto e branco e policromas, de grande qualidade técnica e artística. As características destes mosaicos refletem influências das oficinas mosaísticas norte-africanas. A área a nascente corresponde aos espaços funcionais (tendo-se identificado vestígios da cozinha), sendo os acabamentos dos compartimentos mais modestos. A cerca de 20 m a sudoeste desta área foram identificados tanques (cetariae), que corresponderiam a uma oficina de produção de preparados de peixe, que foi destruída pelos proprietários da quinta no decorrer dos primeiros trabalhos arqueológicos. Nas proximidades da residência existiria um cais que permitia o acesso navegável à ria e ao mar. A implantação e as características arquitetónicas desta villa enquadram-se no modelo clássico da "villa marítima", com influências das províncias norte-africanas. (actualizado por C. Costeira, 03/07/2018).

Informação

Visitas Guiadas por marcação, realizadas pelo Centro Educativo do Museu de Portimão. Sítio arqueológico integrado no Roteiro Mexilhoeira Grande e Rota da Dieta Mediterrânica.

Condições da visita

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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