Menires do Padrão

Menir - Neo-Calcolítico (728)
Na área sul da Raposeira, no sítio de Padrão, próximo da Praia de Ingrina, identifica-se um conjunto de quinze menires, implantados no topo de suaves elevações com boa visibilidade para Sagres e paisagem costeira envolvente. Os menires do Padrão, que poderiam ter constituído um cromeleque, foram talhados em calcário branco, apresentando morfologias cónicas, subcilíndricas, ovaladas, paralelepipédicas, dimensões entre os 0,65 cm e os 3 m de altura, algumas das superfícies decoradas com covinhas ou cordões, localizando-se nas proximidades de outros núcleos de menires, nomeadamente Milrei (CNS 357) e Aspradantes (CNS 726), enquadrados no complexo megalítico do Barlavento Algarvio. Neste conjunto de menires, o monumento designado por número nove, diferencia-se dos restantes, porque está tombado e fragmentado sobre uma estrutura pétrea tipo tumulus, de morfologia subcircular, com 5 m de diâmetro, constituída por blocos de calcário, arenito e grauvaque. A escavação desta estrutura permitiu identificar fragmentos de dormentes, moventes, percutores, lascas de sílex e fragmentos de recipientes de cerâmica pré-histórica, bem como um "depósito intencional" constituído por um vaso cerâmico, um dormente, um movente e conchas berbigão (cerastoderma edule) e lapas (Patella). Os artefactos arqueológicos recolhidos durante os trabalhos de escavação e as datações absolutas obtidas (Gomes, 2008) permitem enquadrar a construção dos menires e a utilização ritual desta área no Neolítico Antigo e Médio (5500 - 4500 a. C.). Este conjunto de menires foi identificado por E. Prescott Vicente e A. Silveira Martins (1979), posteriormente a área envolvente foi escavada e os dados publicados por Mário V. Gomes. O menir 1 do Padrão encontra-se erguido, enquanto todos os outros monólitos deste conjunto estão tombados e alguns fragmentados. (actualizado por C. Costeira, 06/08/2018).

Informação

Monumento megalítico integrado no Percurso pedestre pelas Encostas da Raposeira.

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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