Trabalhos arqueológicos no Convento de São Francisco, Braga

Projeto arqueológico
  • Designação

    Categoria C - ações preventivas

  • Ano do Início/Conclusão

    2000/2000

  • Estado

    Aprovado

  • Objetivos

    Projecto de recuperação e adaptação a Pousada da Juventude. Convento de S. Francisco de Real, Projeto de Instalação da UAUM. 2017 - A campanha de 2017 pretendeu dar continuidade aos trabalhos do ano transato, tendo incidido numa área em que se identificaram estruturas associáveis ao convento no séc. XVIII e aos trabalhos levados a cabo pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais na primeira metade do século XX. No seguimento dos trabalhos iniciados em 2016, escavaram-se duas áreas na envolvente do mausoléu de S. Frutuoso. Um outro objetivo da campanha de 2017 foi a continuação da inventariação e condicionamento dos elementos arquitetónicos dispersos pelo convento, o acompanhamento dos trabalhos preliminares de consolidação estrutural, e levantamento dos alçados do convento.

  • Resultados

    No logradouro localizado a nascente do edifício, confirmou-se a existência de vestígios arqueológicos relevantes, que inviabilizam qualquer obra com impacte no subsolo. Foram identificados vestígios de um povoado de fossas do Calcolítico/Idade do Bronze, e, evidências dos mosteiros medievais e modernos pré-existentes (estruturas também identificadas na escavação da responsabilidade da UAUM em 2011), que comprovam a longa ocupação do sítio. Os testemunhos da utilização deste espaço por diversas comunidades ao longo de vários períodos históricos elevam o valor histórico e cultural do monumento, pelo que deve ser equacionada a sua valorização, em sede do projeto de requalificação do convento. 2015 - Os trabalhos arqueológicos efetuados permitiram aumentar substancialmente o conhecimento disponível até ao momento acerca da forma como a intervenção da DGEMN incidiu sobre o mausoléu de S. Frutuoso e área envolvente. Foi igualmente possível, pela primeira vez, com base em escavações arqueológicas, identificar vestígios materiais associáveis ao mausoléu erigido no século VII e a forma como a remodelação do séc. XVI se relacionou com a preexistência. Confirmou-se igualmente a cota do substrato rochoso, confirmando-se que o mausoléu foi implantado num outeiro, parcialmente desmantelado no séc. XVIII. Restituiu-se, pela identificação do muro limítrofe do claustro, a oeste, as dimensões originais do claustro setecentista do convento de S. Francisco, sendo notório que a intervenção da DGEMN e criação da plataforma envolvente do mausoléu as reduziu consideravelmente. Conseguiu documentar-se a reconstrução levada a cabo pela DGEMN na ala mais a sul do convento de S. Francisco, o que é condizente com os dados iconográficos e documentais disponíveis, bem como com as plantas antigas analisadas. As sondagens realizadas junto à casa do atual caseiro permitiram constatar que, nesta zona, não se identificaram vestígios de relevância arqueológica que impeçam a construção do bloco novo projetado do para o local. 2017 - Identificou-se o muro limítrofe da zona oeste do claustro, o qual, na secção posta a descoberto, deverá ser associável ao século XVIII. Também foi escavada uma área correspondente à entrada do convento a partir da galilé da igreja de S. Francisco, datável do séc. XVIII. Os elementos arquitetónicos recolhidos e inventariados são associáveis maioritariamente ao convento de S. Francisco, na sua fase mais recente. A escavação colocou a descoberto rebocos originais e revestimentos azulejares setecentistas, que se apresentavam em diferentes estados de conservação.

  • Responsável

    Luís Fernando de Oliveira Fontes

  • Co-Responsáveis

    Armandino Baptista da Cunha, Cristina Maria Vilas Boas Braga, Francisco José Silva de Andrade, Francisco Manuel Salgueiro Sande Lemos, Luís Miguel do Carmo Rocha Marado Moreira, Mário Jorge Pinto Pimenta e Sofia Barroso Catalão

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)