Fraga pintada do Cachão da Rapa

Sítio (186)
  • Tipo

    Arte Rupestre

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Bragança/Carrazeda de Ansiães/Castanheiro e Ribalonga

  • Período

    Indeterminado

  • Descrição

    O Cachão da Rapa é, indubitavelmente, um dos mais importantes sítios da pintura rupestre pré-histórica portuguesa. As pinturas, conhecidas desde o século XVIII, nunca foram objecto de um estudo verdadeiramente integrado, pelo que se pode considerar bastante lacunar, senão inexistente, qualquer ensaio científico de cariz mais interpretativo. O painel de arte foi pela primeira vez difundido por João Pinto de Morais e António de Sousa Pinto, no manuscrito "Memórias de Anciães", e desde essa altura transformou-se num dos mais emblemáticos locais da Arte Pré-Histórica Portuguesa. Jerónimo Contador de Argote, Joseph de Macedo Rosales, Padre Luís Cardoso, Leite de Vasconcelos, Visconde de Seabra, José Félix Alves, Visconde de Vila Maior, Possidónio da Silva, Amílcar de Sousa, Vergílio Corrêa, Mendes Correia, Amorim Girão, Henri Breuil, Santos Júnior e mais recentemente António Martinho Baptista são, de entre muitos outros, autores que têm incluído nos seus trabalhos referências e estudos sobre as pinturas rupestres do Cachão da Rapa. As pinturas organizam-se na planura lisa e vertical de um painel granítico com mais de 4 metros de altura. Nesta superfície ordena-se uma sequência de motivos esquemáticos com uma predominância de formas geométricas rectangulares e quadrangulares expressas em tons de vermelho ocre e azul-escuro quase negro. A inspiração geometrizante dos autores de tal manifestação, confere ao conjunto artístico uma peculiaridade única na pintura pré-histórica do território português. Santos Júnior, um dos autores que mais pormenorizadamente estudou a contextualização arqueológica das pinturas rupestres do Cachão da Rapa, relaciona o local com uma cultura material caracterizada por numerosos fragmentos de cerâmica e outros artefactos cuja descrição e tipologias poderão permitir a sua inclusão num horizonte crono-cultural balizado entre e o Calcolítico e a Idade do Bronze.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Pela linha do caminho de ferro até ao túnel da Rapa. As pinturas encontram-se num painel sobre a penedia que se desenvolve por cima desta estrutura.

  • Espólio

    -

  • Depositários

    -

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    -

  • Processos

    98/1(728) e 99/1(306)

Bibliografia (10)

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
A cerâmica campaniforme de Mairos (Trás-os-Montes). Homenagem a Martins Sarmento (1933)
Arte rupestre do norte de Portugal: uma perspectiva. Portugália (1984)
Arte rupestre nelle regioni occidentali della Penisola Iberica Capo di Monti. Archivi di Arte Preistorica (1968)
Arte rupestre pós glaciária. Esquematismo e abstracção. História de Arte em Portugal, 1. Do Paleolítico à Arte Visigótica (1986)
Arte rupestre. Congresso do Mundo Português, Lisboa, 1940 - Memórias e Comunicações apresentadas ao Congresso da Pré e Proto-História de Portugal (I Congresso) (1940)
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1934)
O Leste do Território Bracarense (1975)
Património Arqueológico do Concelho de Carrazeda de Ansiães (2005)
Pré-História recente de Trás-os-Montes e Alto Douro. O abrigo do Buraco da Pala (Mirandela) no contexto regional). Textos (1997)

Fotografias (2)

Localização