Castelo de São Romão

Sítio (4253)
  • Tipo

    Fortificação

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Vila Real/Montalegre/Viade de Baixo e Fervidelas

  • Período

    Idade do Ferro, Romano e Idade Média

  • Descrição

    O Castelo de São Romão é um pronunciado promontório granítico que se implanta sobranceiramente à actual albufeira da Barragem dos Picões, situando-se no lado direito da estrada asfaltada que corre de ocidente para leste e permite a ligação à aldeia de Vilarinho de Negrões. O sítio tem vindo a ser referido como um castro da Idade do Ferro com uma ocupação posterior durante o período da romanização do território barrosão. No entanto, nenhum elemento material nos permitiu atestar tal hipótese cronológica. A tipologia do assentamento revela características mais condizentes com um castelo roqueiro medieval. Os vestígios estruturais centram-se numa reduzida plataforma que coroa o promontório. È aqui que estão patentes os restos de uma estrutura, realizada à base de pedra aparelhada, que poderá ter correspondido a uma portentosa torre. É ainda nesta plataforma que se deteta com alguma facilidade pequenos alinhamentos e uma estrutura de planta quadrangular escavada no afloramento rochoso. Sobre o lado norte e oriental o promontório cai em arriba, o que faz dispensar qualquer construção de carácter defensivo. O complexo de amuralhamento que estrutura a respetiva arquitetura de defesa, assenta numa linha de muralha que corre sobre o lado oeste e sul. Os elementos vestigiais dessa estrutura são revelados por uma ténue linha de alinhamentos de derrubes que se articulam, a sul, com uma via que vem culminar na porta de entrada do reduto. A zona habitacional deve ter-se estruturado na base do outeiro, ao longo dos flancos, oeste, sul e leste, tendo-se aproveitado, em alguns casos, a grande quantidade de monólitos graníticos que formam uma espécie de barreira de defesa, estruturada de forma natural. Por toda a área se dispersa uma grande quantidade de silhares, detectando-se com alguma frequência negativos e encaixes de estruturas já desaparecidas. A prospecção de superfície apenas permitiu detectar fragmentos cerâmicos de tipologia inequivocamente medieva. Há ainda referências à recolha de mós e de uma moeda do reinado de D. Fernando (Fontes, 1978:19). O castelo de S. Romão de Parafita é referido nas inquirições de 1258, com o reguengo real de S. Romanus. Em 1758 é citado nas memórias paroquiais Há no destricto desta freguesia...hum oiteiro ou pinasco munto alto chamado o castelo de Sam Romam e nelle se vêem pedras de cantaria, cazas, figuras dizem vulgarmente havitaram ali os mouros nos tempos antigos. O padre Baltazar Pereira Barroso informa que há alguns anos, os moradores do lugar de Veade, procurando descobrir algum tesouro, demoliram muitas coisas memoráveis, entre elas onde estava pintado um novilho e parte de uma cisterna no alto do castelo. Há notícia de ter apresentado as muralhas pedra bem aparelhada, contendo no seu interior algumas construções retangulares e redondas. O sítio estava duplicado no CNS 19719.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Na margem esquerda do rio Rabagão, no termo do lugar de Perafita. Seguir pela EN103, na barragem dos Pisões virar em direcção a Carvalhelhos e Vilarinho de Negrões. O local fica numa zona de dificil acesso, do lado direito da estrada.

  • Espólio

    Cerâmica de pasta grosseira e mós manuárias.

  • Depositários

    Museu Nacional de Arqueologia

  • Classificação

    Classificado como SIP - Sítio de Interesse Público

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    92/1(025)

Bibliografia (12)

30ª Campanha de escavações no Castro de Carvalhelhos - Agosto de 1981. Trabalhos de Antropologia e Etnologia (1982)
A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
Aras romanas e terras de Barroso desaparecidas. Milenário de S. Rosendo (1978)
Breves Notas sobre a região do Alto Tâmega (1984)
Castros do concelho de Boticas. Trabalhos de Antropologia e Etnologia (1983)
Concelho de Boticas. Zonas de interesse arqueológico, histórico e turístico. Notícias de Chaves (1989)
Ensaio de inventário dos castros do concelho de Montalegre. O Arqueólogo Português (1915)
Extractos archeológicos das "Memórias Parochiaes de 1758". O Arqueólogo Português (1900)
Materiais para a arqueologia do concelho de Montalegre. O Arqueólogo Português (1920)
Montalegre e Terras de Barroso (1987)
Notícias Archeologicas Extrahidas do «Portugal Antigo e Moderno» de Pinho Leal, com algumas notas e indicações bibliographicas (1903)
Sítios e achados arqueológicos do concelho de Montalegre (1992)

Fotografias (0)

Localização