Escavação (2012)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    4263

  • Tipo

    Escavação

  • Ano do trabalho

    2012

  • Projeto

    PNTA/2003 - Projecto de Mesas do Castelinho, Almodôvar

  • Estado

    Relatório Aprovado

  • Data de Início

    09/07/2012

  • Data de Fim

    29/07/2012

  • Objetivos

    A 23.ª campanha de escavações pretendeu essencialmente dar continuidade aos trabalhos anteriormente levados a cabo no Sector B3. Deste modo, demos início ao que assumimos como sequência natural dos trabalhos a realizar em Mesas do Castelinho, procurando indagar as distintas configurações espaciais do edificado, de forma a definir os desenhos urbanos que foi conhecendo ao longo do tempo. Para tal, continuou a ser escavada a área definida desde 2006 e 2009. O objetivo fundamental passa pela definição do urbanismo da Plataforma B durante a ocupação romana-imperial e romana-republicana do sítio arqueológico.

  • Resultados

    A fase romana-imperial dos ambientes XVI e XIX conhece uma altimetria acidentada, fruto da destruição provocada pelas estruturas negativas medievais-islâmicas. Mas não serão só estas as principais razões de uma ocupação com um muito menor grau da qualidade das construções, sobretudo daquelas localizadas em espaços de circulação. Esta observação já havia sido feita em campanhas anteriores nas áreas dos outros dois quarteirões deste sector de escavação e, no 3º Quarteirão, é particularmente visível nos ambientes XIX e XX. O primeiro é herdeiro da Rua 3, aberta na fase romana republicana, o segundo corresponde a uma área de trabalho intimamente relacionada com o Ambiente XIX. Uma observação a reter da porção mais oriental do 3º Quarteirão do Sector B3 de Mesas do Castelinho é a existência, durante a fase romana imperial, de uma grande área útil no espaço designado como Ambiente XIX, que chega, num momento mais recente desta fase, a ultrapassar os limites mais orientais, com o episódio de roubo de uma estrutura vertical que existia previamente entre este espaço e o Ambiente XVI. Antes e depois deste episódio de destruição, parece ser possível considerar este espaço como uma área de circulação. Os dados dos restantes ambientes romanos imperiais deste 3º Quarteirão deixam observar um espaço de armazenamento no Ambiente XIII e um amplo espaço de convívio e preparação e tomada de refeições no Ambiente XIV. Só num momento de remodelação, mais antigo e posterior ao primeiro momento de utilização romana-imperial deste espaço se assiste a uma das vertentes que caracterizavam este espaço como uma área de trabalho, vinda desde a fase romana-republicana. O Ambiente XVI parece adotar, nesta fase romana-imperial, características de área de trabalho, em parte relacionado com o Ambiente XIV, em parte relacionado com o Ambiente XIX. Nesta fase romana imperial, os dados apurados no 3º Quarteirão apontam para uma certa dualidade de situações, patente, por um lado, na menor qualidade das construções e, por outro lado, numa cultura material móvel que evidencia um gosto apurado nas importações de recipientes cerâmicos associados ao consumo, nomeadamente no referente à terra sigillata. Na fase tardo-republicana, o panorama é bastante distinto. O Ambiente XIII é criado para as funcionalidades já descritas para a fase romana-imperial, mas os ambientes XIV e XVI apresentam matizes bastante interessantes. No Ambiente XIV, a cultura material espelha um espaço de preparação e consumo de alimentos, com uma profusão de estruturas de combustão de dimensões e plantas relativamente diversas. Já o Ambiente XVI parece funcionar como uma área de ligação entre a Rua 3 e o Ambiente XIV, espécie de antessala deste espaço que, para além de funcionar como cozinha, assistia ainda a tarefas diversas, das quais a fiação e a tecelagem faziam parte. Os momentos romanos republicanos deixam entender uma utilização do Ambiente XIII já como área de armazenagem. O Ambiente XIV assiste a uma divisão assimétrica, criada por uma estrutura orientada de Oeste para Este. A Norte desta estrutura, o espaço funciona como área de preparação e tomada de refeições. A Sul, a ausência de espólio deixa entender uma eventual funcionalidade como espaço de descanso. Como já referido acima, em fase romana tardo-republicana, é este primeiro carácter que ganha, subjugando ou alterando as matizes de uma eventual área de descanso. O Ambiente XVI, por seu lado, estreitamente articulado quer com o Ambiente XIV a Oeste quer com a Rua 3 a Este, poderá ser interpretado como uma área de trabalho metalúrgico.

  • Responsável

    -

  • Co-Responsáveis

    Amílcar Manuel Ribeiro Guerra e Carlos Jorge Gonçalves Soares Fabião

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)