Povoado das Mesas do Castelinho

Sítio (4263)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Almodôvar/Santa Clara-a-Nova e Gomes Aires

  • Período

    Calcolítico, Idade do Bronze - Final, Idade do Ferro, Romano e Medieval Islâmico

  • Descrição

    O povoado das Mesas do Castelinho localiza-se na Herdade do Monte Novo do Castelinho, a cerca de 2 km a sul da Aldeia de Santa Clara - a - Nova, numa plataforma elevada, numa área de transição entre a peneplanície alentejana e o relevo acidentado da Serra do Caldeirão. Esta implantação dotava-se de um papel estratégico no controlo de um dos poucos corredores naturais entre o Baixo Alentejo e o Algarve. O sítio arqueológico Mesas do Castelinho é referido na bibliografia arqueológica desde os finais do século XIX. Os primeiros trabalhos arqueológicos neste sítio foram realizados no final da década de oitenta por Carlos Jorge Ferreira, motivados por uma significativa ação de destruição. A partir de 1989, desenvolveu-se um amplo projeto de salvaguarda, investigação e valorização da responsabilidade de Amílcar Guerra e Carlos Fabião, que tornou Mesas do Castelinho um dos mais relevantes sítios arqueológicos do Sul de Portugal para o conhecimento da II Idade do Ferro e da romanização deste território. Os materiais associados a cronologias anteriores à Idade do Ferro (artefactos de pedra polida, de bronze e fragmentos de recipientes cerâmicos) são escassos e recolhidos de forma dispersa, sem associação a contextos específicos, o que limita a caracterização desta fase de ocupação. Nos finais do século V, inícios do século IV a. C, Mesas do Castelinho era um grande povoado fortificado, estruturado em duas plataformas e adaptado ao relevo original. Desta fase identificam-se vestígios das estruturas defensivas, bem como de edifícios e compartimentos de planta retangular / quadrangular, organizados em arruamentos. O vasto conjunto artefactual (recipientes cerâmicos com funções diversificadas, grandes recipientes de armazenagem, ânforas) associado a esta fase de ocupação é composto maioritariamente por produções locais, identificando-se alguns materiais de proveniência exógena. A presença romana evidenciou-se precocemente em Mesas do Castelinho, registando-se transformações significativas na estruturação do povoado, com a desativação das muralhas, reorganização de espaços e edificação de construções mais precárias. Após prolongado abandono, o sítio foi de novo ocupado nos séculos IX e X d. C. (medieval islâmico), correspondendo a uma pequena fortificação rural com aglomerado populacional. O abandono definitivo desta ocupação está relacionado com a reorganização territorial almóada. As fases de ocupação mais intensas do povoado das Mesas do Castelinho estão associadas a momentos de fragmentação de poderes a nível local e regional. (atualizado por C. Costeira, 29/01/19)

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Estrada de terra batida a partir de Santa Clara-a-Nova. O sítio localiza-se a cerca de 2 km daquela povoação.

  • Espólio

    Cerâmicas do calcolítico, Bronze final e Idade do Ferro. Período romano: Ânforas, sigillatas itálicas gálicas e hispânicas, paredes finas, moedas, fíbulas argolas em metal e restos osteológicos.

  • Depositários

    Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 04263, 94/1(034) e 98/1(756)

Bibliografia (43)

"Mesas do Castelinho" (Almodôvar) a campanha de 2001. Al-madan (2001)
A Cerâmica Campaniense de Mesas do Castelinho (2010)
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A fauna de mamíferos da época muçulmana das Mesas do Castelinho (Almodôvar). Materiais das campanhas de 1989-1992. Arqueologia Medieval (1994)
A terra sigillata das Mesas do Castelinho (2007)
Adornos, espaço e tempo: as contas de colar em Mesas do Castelinho (Santa Clara-a-Nova, Almodôvar). IX Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, Tróia-Setúbal, 4, 5 e 6 de novembro de 2016
Apontamentos arqueológicos dos concelhos de Aljustrel e Almodôvar. Actas do 23º Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, Coimbra, 1956 - 7.ª Secção. Ciências históricas e filológicas (1957)
As Fíbulas do Sudoeste da Península Ibérica enquanto Marcadores (2010)
As fíbulas do tipo Schüle 4h no Sudoeste da Península Ibérica. VII Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular. Aroche-Serpa, 29, 30 de noviembre, y 1 de diciembre de 2013 (2015)
As ocupações antigas de Mesas do Castelinho (Almodôvar). Resultados preliminares das campanhas de 1990-92. Actas das 5ªs Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1993 (1994)
As Ânforas Romanas de Mesas do Castelinho (2009)
As ânoras de tradição pré-romana de Mesas do Castelinho, Almodôvar.. Revista Portuguesa de Arqueologia (2010)
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Cerâmica campaniense em Portugal. Actas do 2º Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970 (1971)
Cerâmicas estampilhadas da I Idade do Ferro do Sul de Portugal - I - Cabeço de Vaiamonte (Monforte). O Arqueólogo Português (1977)
Ciervos, ovejas y vacas: el registo faunístico de Mesas do Castelinho (Almodôvar) entre la Edad del Hierro y Época Romana. Actas do V Encontro de Arqueologia do Sudoeste. Almodôvar, 18 a 20 de Novembro de 2010 (2012)
Contribuição para o conhecimento da alimentação em contexto islâmico: estudos dos restos mamalógicos e malacológicos das Mesas do Castelinho (Almodôvar). Arqueologia Medieval (1993)
Escavações do povoado fortificado das Mesas do Castelinho (Almodôvar). Relatório Preliminar. Vipasca (1992)
Excursão pelo Baixo Alentejo. O Arqueólogo Português (1933)
Janelas Abertas Sobre a Idade do Ferro: os Queimadores de Mesas do Castelinho (Almôdovar). Arqueologia Em Portugal 2017 - Estado da Questão (2017)
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Mesas do Castelinho (Almodôvar): Uma aldeia amuralhada na paisagem da Idade do Ferro do Baixo Alentejo.. Arqueologia e História (2011)
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Mesas do castelinho (Almodôvar) - Um projecto com vinte anos. Al-madan (2008)
Mundo indígena, romanos e sociedade provincial romana: Sobre a percepção arqueológica da mudança. (Era) Arqueologia (2001)
Newly discovered inscriptions from the South-west of the Iberian Peninsula. Celtic from the West: Alternative Perspectives from Archaeology, Genetics, Language and Literature (2010)
No século III a.C., em Mesas do Castelinho - Almodôvar. Encontro Ciência ¿18: Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal (2018)
Novidades no âmbito da epigrafia pré-romana do Sudoeste hispânico. Acta Paleohispanica X. Actas do X Colóquio sobre Línguas eCulturas Paleo-hispânicas. Lisboa, 26-28 de Fevereiro de 2009. Zaragoza (Paleohispánica 9) (2009)
O Mundo indígena e a sua romanização na área céltica do território hoje português (1998)
O povoado fortificado de "Mesas do Castelinho", Almôdovar. Actas das 4ªs Jornadas Arqueológicas, Lisboa ,1990 (1991)
O povoamento do Sudoeste peninsular: continuidades e rupturas. Entre Celtas e Íberos. Las poblaciones protohistóricas de las Galias e Hispania. Madrid. (Bibliotheca ArchaeologicaHispana 8) (2001)
Os níveis fundacionais da Idade do Ferro de Mesas do Castelinho (Almodôvar) - os contextos arqueológicos na (re) construção do povoado (2010)
Sementes de um silo omíada (UE 67) de Mesas do Castelinho (Almodôvar). Arqueologia Medieval (1993)
Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal. Al-madan (2001)
Terra Sigillata from Mesas do Castelinho (Almodôvar - Portugal): contextual data for Italian terra sigillata in Southern Lusitania.. SPAL
UNIARQ - Arqueologia e Sociedade. (2018)
Um depósito fundacional do século II a.C. em Mesas do Castelinho (Almodôvar). Uma análise preliminar.. Arqueologia em Portugal. 150 Anos (2013)
Um sítio arqueológico: Mesas do Castelinho. Estradas Património. EN 2 Almodôvar S. Brás de Alportel. Da Planicie Alentejana ao Barrocal Algarvio (2004)
Uma fortificação Omíada em Mesas do Castelinho (Almodôvar). Arqueologia Medieval (1993)
Une civilization protohistorique du Sud du Portugal (1er Age du Fer) (1986)

Fotografias (26)

Localização