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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2010
Relatório Aprovado
05/07/2010
31/07/2010
Dar xontinuidade aos trabalhos inciados no setor B3 e, em particular, na área que desde 2008 se designou como 3.º Quarteirão. Assim estabeleceram-se como principais objetivos o término da escavação, dentro da área antiga, das realidades anteriores aos ambientes XIV e XVI e a continuação da escavação dos ambientes XIV, XVI e XIX e da Rua 3 na nova área.
A ocupação medieval-islâmica deixa observar a existência, num momento anterior à construção dos ambientes XL e XLI, de um nível de ocupação muito mais irregular, quando comparado com os momentos de utilização e abandono daqueles dois espaços. Este momento prévio aos compartimentos é caracterizado sobretudo pela abertura e posterior enchimento de estruturas negativas, sobretudo de romana imperial, mas que atinge, na área do ambiente XVI, realidades romanas republicanas. A fase romana imperial, visível nos ambientes XIII, XIV, XVI e XIX, caracteriza-se por uma altimetria acidentada na porção do terreno dos dois últimos espaços, resultante da destruição provocada pelas estruturas negativas de época medieval-islâmica. Nos restantes ambientes romanos imperiais deste 3.º Quarteirão, os dados da cultura material deixam observar um espaço de armazenamento no Ambiente XIII, um amplo espaço de convívio e tomada de refeições no Ambiente XIV. Só num momento de remodelação, mais antigo e posterior ao primeiro momento de utilização romana imperial deste espaço assiste-se a uma vertente que caracterizava este espaço como área de trabalho, vinda desde a fase romana republicana. A presença de uma estrutura vertical de planta circular deverá estar relacionada com tarefas de moagem, das quais faltam evidências materiais. Nesta fase romana imperial, os dados apurados do 3.º Quarteirão apontam para uma dualidade de situações, patente por um lado, na menor qualidade de construções, e por outro lado, numa cultura material móvel que evidencia um gosto apurado nas importações de recipientes cerâmicos associados ao consumo. Na fase tardo-republicana, o panorama é bastante distinto, já que o Ambiente XIV representa um espaço de preparação e consumo de alimentos, com uma profusão de estruturas de combustão de dimensões e plantas diversas e o Ambiente XIV, uma espécie de antessala deste espaço, que parece funcionar como cozinha e de tarefas diversas, como fiação e tecelagem.
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Amílcar Manuel Ribeiro Guerra e Carlos Jorge Gonçalves Soares Fabião
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