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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Sondagem
2006/07
PNTA/2003 - Mértola e o seu território na Antiguidade e na Idade Média
Relatório Aprovado
24/07/2006
04/08/2006
Realização de trabalhos de recuperação do edifício e de sondagens arqueológicas no sítio da Igreja Medieval do Mosteiro.
A primeira ocupação detectada do sítio aponta para a existência de estruturas relacionadas com uma villa romana. Deste período fazem parte restos de muros encontrados no anexo situado a norte, tramos da parede norte da igreja e restos de mosaicos descobertos no exterior do edifício. No que respeita a estes últimos, de um mosaico polícromo apenas se conservou parte da bordadura, composta por motivos geométricos de semicírculos e triângulos alternados. Pelo desenho e pelo uso de tesselas de várias cores (brancas, pretas, amarelas e vermelhas) podemos situá-lo por volta dos finais do século III, inícios do IV da nossa era. A sul do edifício encontramos restos de pavimento musivo, no entanto este apresentava-se fora do contexto original, numa camada de revolvimento. Teria sido um mosaico bicromático, constituído por cubos pretos e brancos, o que indicia ter pertencido a uma fase mais antiga da villa. Do primitivo templo cristão a informação arqueológica é escassa, dado o somatório das várias obras feitas ao longo dos tempos. Contudo, através da intervenção arqueológica e da leitura dos tramos dos muros, foi-nos possível observar alguns momentos construtivos e reformulações ocorridas no monumento. O edifício era constituído inicialmente por dois espaços: a capela-mor absidada, com vestígios de abóbada, e o corpo principal, de forma rectangular, ambos com estruturas de alvenaria de pedra e barro. Na ábside as paredes são de alvenaria de pedra ligada por argamassa. O solo da ábside encontrava-se em terra batida e o corpo da capela calcetado com pedra local. Teria sido um edifício com uma arquitectura simples, com um telhado de duas águas a cobrir o corpo principal e uma ábside - capela-mor coberta por abóbada. Do arranque da abóbada ainda se conservam algumas fiadas de tijolos. A única janela detectada encontrava-se no centro da ábside que, no decorrer da obra, foi restituída à sua forma e função iniciais. Pela leitura estratigráfica que fizemos do muro norte, coloca-se a hipótese de a porta original se fazer neste espaço e não onde é actualmente. O templo teria um comprimento total, ábside incluída, de 8,6 m e de largura 7,4 m. A ábside tem 2,6 m de comprimento por 3,5 m de largura. O interior do templo teria uma área que ronda os 44 m2, capaz de albergar uma pequena comunidade de fiéis. Na zona de ligação da ábside ao corpo da igreja, a escavação arqueológica revelou a existência de um embasamento constituído por blocos de pedra com argamassa que, possivelmente, serviu para a colocação de um arco assente em colunas. Deste possível arco chegaram aos nossos dias fragmentos de mármore de bases, fustes de coluna e de duas impostas ou cimácios. De salientar que a ábside - capela-mor, está orientada, liturgicamente, a Nascente, facto comum nos templos cristãos e nos enterramentos coevos. Durante as duas fases em que se desenvolveram os trabalhos arqueológicos, foram identificadas trinta e duas sepulturas, das quais apenas vinte e quatro foram escavadas e estudadas sendo que, destas, oito se localizavam no interior do templo: cinco na ábside (sepulturas 1, 2, 4, 5, 9) e três no corpo principal (sepulturas 6,7,8). As sepulturas que foram identificadas, mas não estudadas, localizavam-se no exterior do edifício. Das dezasseis sepulturas escavadas no exterior, doze localizavam-se de uma forma ordenada em frente do edifício, as sepulturas 3 e 24 localizavam-se na lateral direita (Sul), a sepultura nº 22 localizava-se na lateral esquerda (Norte) e a nº 10 localizava-se na traseira do edifício (NE). Todas estas sepulturas apresentam uma fossa simples, escavada na rocha. Apenas três apresentam cobertura: em duas delas é constituída por lajes de xisto (sepulturas 3 e 10) e um exemplar, sepultura nº 22, apresenta uma cobertura parcial feita com tegulae (telhas planas do período romano). A orientação Oeste - Este é comum a vinte e uma das sepulturas escavadas, apenas as sepulturas 12 e 22 apresentando uma orientação diferente Norte - Sul.
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Cláudio Figueiredo Torres, Santiago Augusto Ferreira Macías, Susana Gómez Martínez e Virgílio António Martins Lopes
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