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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2020
PIPA/ 2018 - Santa Vitória. Temporalidades, Arquiteturas e Práticas Sociais num recinto de fossos
Relatório Aprovado
14/09/2020
02/10/2020
A intervenção na sondagem Oeste visava iniciar um processo de caracterização de eventuais es-truturas negativas existentes no espaço exterior aos recintos. As secções realizadas no Fosso 2 visavam uma melhor caracterização dos seus processos de enchimento, já que a área até ao momento sondada era muito restrita, não permitindo uma adequada compreensão daqueles processos e criando problemas de análise comparativa com o Fosso 1. Procurava-se, igualmen-te, a obtenção de material datante, quer em termos relativos quer em absolutos, já que nas interiores intervenções o material recolhido tinha sido residual.
A intervenção de 2020 produziu resultados bastante interessantes relativamente à compreensão das dinâmicas de enchimento do Fosso 2, ainda que as secções realizadas não tenham chegado ao fundo do fosso. Tendo as secções sido implantas a meio do primeiro lóbulo do lado direito da entrada e na ligação entre este e o arranque do segundo lóbulo, foi possível perceber que os processos de enchimento são diferentes e que essa diferença se processa precisamente a partir da zona de contacto entre lóbulos, sugerindo que estes têm processos de colmatação independentes. Ainda que necessite de maior confirmação, nomeadamente com a conclusão das secções até à base do fosso, estas observações são uma novidade relativamente aos processos de enchimento dos fossos de Santa Vitória. Igualmente importante foi o registo da existência, no topo dos enchimentos, e precisamente no ponto de separação de lóbulos e respectivos enchimentos, de uma espécie de alvéolo preenchido por sedimentos argilosos e pequenas pedras, sugerindo a existência de um marco (possivelmente um pequeno monólito) a separar as duas realidades. Note-se que já na campanha an-terior se havia registado uma depressão no preenchimento pétreo superficial do fosso mesmo junto à entrada que pode ser interpretável como um alvéolo. Por outras palavras, é possível que os últimos enchimentos pétreos dos recuttings observados pudessem ser pontuados por monólitos verticalizados. Relativamente aos enchimentos registados até às profundidades atingidas, verificou-se a existência de sequências de recuttings e enchimentos, os quais corresponderam à fase mais tardia de ocupação de Santa Vitória. Na cultura material registada verifica-se a continuidade da preponderância dos fragmentos cerâmicos e a raridade de outras categorias artefactuais. Por outro lado, as cerâmicas tendem a aparecer predominantemente em deposições na área central do fosso e em momentos deposicionais específicos, e não tanto de forma dispersa pelos depósitos. Com base nestas observações, poderemos dizer que o preenchimento destas partes superiores das secções intervencionadas é predominantemente resultado de acções antrópicas intencionais, que combinam remoções parciais de depósitos prévios (recuttings) com o seu preenchimento, mormente com a deposição de acumulações horizontalizadas de fragmentos cerâmicos e pequenas pedras cobertas por níveis de aglomerações pétreas.
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Ana Catarina Salgado Basílio e António Carlos Neves de Valera
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