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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
1998-2002
Relatório Aprovado
18/05/1998
28/06/2002
A área correspondente ao miolo do quarteirão acima definido, arqueologicamente identificada como R. Afonso Henriques, nº42-56, prevista como vindo a ser potencialmente afetada pela reconstrução dos prédios com fachada para a R. de Santiago, revelava, à partida, uma alta sensibilidade arqueológica, decorrente da sua localização no coração da cidade romana e da identificação, em 1993, de vestígios reportáveis a um balneário romano, nos terrenos correspondentes ao logradouro dos prédios nºs 36-42 da R. Afonso Henriques. A sensibilidade dos terrenos em questão justificou o estabelecimento de uma condicionante arqueológica que previa a realização de sondagens prévias ao início da obra. No plano de trabalhos apresentado pelo GACMB e aprovado pelo IPA, constituíram objetivos fundamentais da intervenção arqueológica verificar a possível existência de vestígios arqueológicos no local e avaliar a sua importância e extensão. Estes objetivos pretendiam responder às condicionantes arqueológicas.
Os trabalhos realizados na zona arqueológica R. Afonso Henriques, nº42-56,entre 1998 e 2002, permitiram identificar um amplo conjunto de estruturas que correspondem a diferentes momentos de ocupação deste setor da cidade, que podem ser balizados entre finais do século I a.C. e a atualidade. A interpretação conjunta das estruturas, da estratigrafia e dos materiais permitiu definir nesta zona arqueológica dois edifícios distintos. O primeiro edifício a ser construído possui indiscutíveis características de domus, parte da qual terá sido adaptada a um balneário público no século II. Este edifício sofreu várias remodelações, muito embora só tenha sido possível definir com clareza as que correspondem aos finais do século III/inícios do IV e a meados do século IV. Admitimos que o balneário se possa ter mantido em funcionamento até ao século V, momento a partir do qual poderá ter sido ainda utilizado com outra função. As valas de saque dos muros e outras estruturas do edifício contêm abundantes materiais datados entre os séculos V-VII, razão porque admitimos que os saques tenham ocorrido entre os século VIII/IX, período a que correspondem alguns aterros destinados a regularizar o solo. Uma outra fase pode ser associada a um segundo momento de saques, para obtenção de pedra. Os materiais contidos nos enchimentos das valas de saque, datáveis dos séculos XIII/XIV, sugerem que os mesmos devem ter ocorrido entre os séculos XIV/XV. A ausência de estruturas medievais e modernas na zona intervencionada parece dever-se à circunstância da mesma se ter transformado num logradouro, a partir da Alta Idade Média, assim tendo permanecido até ao momento da escavação.
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Armandino Baptista da Cunha, Francisco Manuel Salgueiro Sande Lemos, Maria Manuela Pires Delgado de Oliveira e Maria Manuela dos Reis Martins
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